quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Revolta pós-carnaval

Certas atitudes carnavalescas me desapontaram este ano. Não sei se, como diz a minha amiga Bete, eu estou velha, ou enlouqueci de vez. Sei lá, até que tava legal, me diverti naquele lugar, com aquelas pessoas, mas às vezes fico pensando se eu deveria estar ali. Quanta gente errada, meu Deus!
Eu vi um menino de aproximadamente 12 anos, chapado, incentivando o seu amigo, mais chapado ainda, a vomitar, enfiando o dedo na garganta e vomitando no meio do povo, como se estivesse soltando um simples arroto (que também não é muito agradável). Ok, até aí, demos risada... hahahha... que ótimo amigo, afinal, não é sempre que temos alguém pra vomitar com a gente.
Na terça-feira, vi algo que mexeu comigo de verdade. Eu vi outro menino, mas esse era meu amigo. Sabe aqueles de infância mesmo? Acho até que nele eu dei o meu primeiro beijo. Ele tava vestido de mulher, todo sujo, bêbado e drogado... que cena chocante e ao mesmo tempo patética. Doeu perceber que crescemos e que a brincadeira agora é outra. Tava tão mal que se passasse a Globeleza pelada, ele nem ia notar.
Nesse dia, eu levei meus filhos pra conhecer o Carnaval, jogar espuma uns nos outros e brincar no pula-pula. Quando vi a cena do amigo de infância drogado, desanimei. Fiquei pensando que daqui a uns 15 anos poderiam ser os meus pequenos. Quando minha irmã era revoltada e tinha 2 piercings, ela dizia: "Estamos brincando de ser feliz no carrossel da ignorância". Eu achava aquela frase tão idiota, mas hoje, vendo certas pessoas, eu me lembro dela, não sei porque.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O dia em que meu pai foi embora

Hoje, minha mãe me ligou às 7h30 da manhã, dizendo que iria me dar a cama que ela comprou a apenas uma semana. O negócio é gigante, mal coube em meu quarto. Mas, enfim, com coisa boa a gente se acostuma fácil, fácil.
Quando a cama chegou, me lembrei do meu pai. Ele foi embora há 9 anos. Não, ele não se mudou de cidade, nem se separou da minha mãe (de certa forma sim)... ele morreu. Assim, do nada, como um vento bom que passa e logo a chuva vem. Era uma sexta-feira à noite, quando eu, com 18 anos, estava queimando um incenso na janela. Ele abriu a porta e disse: "O que você tá fazendo menina! Tá fumando?!". Eu ri e falei: "Não pai, é incenso" (eu era meio riponga naquela época). "Tenha juízo, hein!". Foi a última coisa que ele me disse (e que eu estou tentando aprender até hoje).
Depois daquele dia, a minha vida, da minha mãe e dos meus irmãos (o Ví com 15 anos e a Jú com 16) mudou completamente. Parecia haver um buraco gigantesco em casa e dentro de nós. Mas, com o tempo, fomos nos conformando: ele era GRANDE demais para viver entre a gente.
Um dia após a sua morte, eu não conseguia dormir se não fosse no lugar dele na cama, junto com a minha mãe. E acho que até ela também se sentia mais segura. Gostava de sentir o cheirinho dele, sentir que, de certa forma, ele ainda estava ali.
Foi por isso que me lembrei dele quando ganhei a cama gigante. Fiquei pensando que talvez minha mãe não gostou da cama, porque sentiu um vazio, não pelo móvel ser grande, mas porque as coisas materiais não fazem sentido se não estamos perto de quem nos fazem bem. E, com essas pessoas, é possível dormir até no chão.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Vou me arriscar...

Olá,
Inspirada por alguns colegas jornalistas e outros (que não são jornalistas, mas também são loucos), resolvi criar o meu blog. Assim, só pra desabafar um pouco, pra contar o que acontece no dia-a-dia... Meu, tem tanta coisa que acontece na vida das pessoas que daria um ótimo livro! E por que não na minha? Ah, eu sou importante, sim senhor! Sou mulher, esposa, filha, mãe, jornalista, amiga, irmã, empregada doméstica, às vezes, surda e muda... Pois é! Essa vida complicada, engraçada, atrapalhada e... maravilhosa!
E assim eu começo: boas-vindas (nem sei se já "caiu" o hífen) pra quem vai entrar e boa sorte pra mim!